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PÉS DE GALINHA

  • Bernardo Alves
  • 6 de ago. de 2015
  • 1 min de leitura

Passei a infância toda Achando que a minha mãe Gostava de pés de galinha, Comia com tanto gosto Chupava até os ossinhos. "Ninguém come os pés, são meus"- dizia Toda a carne dividia Peito, coxas e titela, Fígado, coração e muela, Mas os pés, os pés era só prá ela. Depois de todos servidos, Então sentava e comia. Mas o tempo foi passando, A criançada crescendo, Os maiores trabalhando, A vida foi melhorando. Depois de uma infância dura Começamos Ter fartura. Vi minha mãe na cozinha Tratando de uma galinha E ao contrário de outrora Flagrei aquela velhinha Jogando os pézinhos fora Ao notar o meu espanto Aquele coração santo Da minha doce mãezinha Apressou-se em explicar: "Nunca gostei do tal do pé de galinha" É que a carne era tão pouca, Prá tantas bocas não dava, E prá você não ficar triste Eu fingia que gostava.


 
 
 

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