Existe Casamento Perfeito?
- Rafaella Bello
- 22 de jul. de 2015
- 2 min de leitura

Ganhei um livro cujo título é “Cá entre nós”, da escritora e psicóloga Maria Tereza Maldonado. Confesso que não li o livro todo ainda, mas pelo que pude constatar, trata-se de um livro que aborda temas relacionados a pequenos problemas que atingem a intimidade das famílias, e não é necessário ler na ordem, podendo ser lido de acordo com a sua necessidade de compreensão por determinado assunto. Isso tudo me fez refletir sobre casamento.
Penso como a atriz Glória Menezes: ou um casamento dá certo ou não dá. Não existem fórmulas para se ter uma união estável. Agora convenhamos, um casamento sem conflito deve ser muito frustrante, sem trocas de opiniões, sem disputa pelo controle remoto, sem um ou dois dias brigados, para quando as pazes chegar, a paixão estar mais intensa. Não faz sentido e, se não faz sentido, não vale a pena!
Casar por amor, porque escolheu a pessoa certa, aquela que quer, poder fazer essa escolha, não tem preço. Mas é bom saber que nem sempre amar é o suficiente para o sucesso da relação, e é por isso que alguns matrimônios não duram. O casal está no ritmo do amor, mas não possui essa mesma sintonia para as contas a pagar, para o choro da criança, para suportar e moldar as manias do parceiro, antes não percebida, e por aí vai.
De que adianta demonstrar uma felicidade inútil e mentirosa de um casamento falido? De que adianta julgar o casamento alheio, se seu telhado é de vidro? De que adianta manter uma relação para prestar contas a uma sociedade que nasceu e vai morrer de hipocrisia?
Maria Tereza Maldonado se divorciou do seu primeiro marido, com quem teve dois filhos, casou-se novamente e passou por todas as dificuldades de integrar um grande número de filhos. Mas acabou se reorganizando de modo mais satisfatório como família uniparental. Não dá mais para fingir que vive bem com uma pessoa sem viver. Viemos ao mundo para conquistar, para crescer, para ser feliz.
Não venha me dizer que a felicidade está dentro de nós, que devemos pensar nos filhos, que o que Deus uniu o homem não separa, porque eu não acredito que uma pessoa consiga ser feliz ao lado de outra que não lhe faz bem, que não lhe complete, que não lhe faça sentir-se leve, que não contribua de alguma maneira para torná-la um ser melhor.
E os filhos? Desde que o mundo é mundo existem uniões tristes, mas as mulheres suportavam seus maridos, pois temiam ser discriminadas, aceitando muitas vezes traições e humilhações. Hoje, com a independência feminina, isso vem mudando. E acredito sim, que se é capaz de criar um filho decente com pais separados. Por que não? Meus irmãos, filhos do primeiro casamento do meu pai, são criaturas dignas e encaminhadas na vida. Não vamos confundir incompatibilidade de convivência com irresponsabilidade e insensibilidade. Filho é filho, sangue, amor e prioridade.
A busca pela relação dos sonhos tem afastado muitas pessoas do casamento. Não existe relação perfeita, e é justamente por isso que ninguém a encontra. Os casamentos felizes são os imperfeitos. São aqueles que a alma realmente cultua, atura, e por mais que em um dia odeie, no outro ama.
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